Bandeiras

Metamorfo,
mutante.
Nunca sei quem
você chegará,
nem sei com
quem acordarei.
Sei do principal;
estão todos assim
tão próximos
porque querem
e sabem como
me mostrar isso!

27/08/2011

Vôo (esse deve ter uns 8 anos)

Vou ensaiando um vôo
livre do que sou
de encontro a mim
desencontro a ti
Revelando assim
nos gestos de fim
um jeito de quem
se atravessou

Se entregou... amor
nem pensou na dor
por acontecer
eu só quis te ser
para estar aqui
sem se (me) perceber
e lutei pra crer
que era feliz

Estamos por um triz...
e por isso... eu

Vou ensaiado um vôo
pra dentro de mim
vasculhar meu ser
e quem sabe um dia
reencontrar você!

Querência (06/02/11)

Acho que estou querendo
do seu rosto a boca
a me beber da boca
aos grandes goles
de quem tem sede.

E os seus olhos,
quero-os a decifrar-me
os desejos e invadir-me a alma.

Acho que estou querendo
as suas mãos mapeando-me o corpo
me prendendo
mais perto
diluindo mundos

Quero sim a tonteira desse transe
ao limite dos sentidos
simultaneamente transferidos

e no mais,

um profundo silêncio,
o marulho,
e a diminuição rítmica
dos nossos tambores.

Em frente a minha porta (02/05/2011)

Fala pra mim, desse destino,
do encontro de adeus,
do olhar de promessa,
dessa sorriso de incomensurável paz!

Fala pra mim
das algemas do tempo,
do querer contido,
do anseio das almas,
dessa certeza do "até breve"!

Fala pra mim,
da liberdade do espírito,
das transformações na vida,
da evolução dos seres
e do eterno reencontro!

Ou não diga nada
desde que me conte,
antes de atravessar o oceano:
- Quantas vezes você passou
em frente a minha porta?